Espelho invertido
o reflexo de uma narrativa histórica
Keywords:
Antropofagia, Identidade, EducaçãoAbstract
Nas narrativas históricas dos livros “didáticos”, entendidos como historiografia, pouco vemos as diversidades étnicas, culturais e sociais que compõem o nosso universo brasileiro, continuamos com o espelho invertido? Não temos virtudes para serem deglutidas do nosso passado? Com o ímpeto de trazer para educação brasileira outras narrativas que dialoguem com datas e personagens da nossa história, foram feitas dobras no tempo que reúnem os tupinambás, Hans Staden, os modernistas da semana de 22, músicas da Tropicália, filmes do cinema novo e expressões da atualidade. O fio condutor desta experiência educativa foi a antropofagia, na busca de olhar para diferentes momentos da história do Brasil que dialogaram com este tema e recriaram formas de devorar nossa identidade. Recontar nossa história, questionar novos lugares de destaque, novas biografias e o que é nacional: cores, sabores, aromas, natureza e os sujeitos que compõem o cenário tão diverso do Brasil, representados em obras de arte que nos inspiram até hoje, foi um caminho percorrido em sala de aula. Os diálogos e debates que ocorreram no exercício antropofágico entre os estudantes permitiu a criação de uma construção musical, uma nova narrativa com a reflexão sobre nosso Brasil atual. A educação é o espaço para novas discussões no âmbito cultural, político, artístico para uma reconstrução da narrativa histórica. As dobras do tempo, na história do Brasil, permitem-nos reescrever um passado, com a ação no presente e um olhar no futuro.