Os elementos coreográficos da euritmia e suas relações com a dança moderna
Keywords:
Euritmia, Dança moderna, CriaçãoAbstract
Segundo Fayga Ostrower, criar e viver se interligam. A criação nos é ofertada a partir do que nos é externo: o mundo. Viver neste mundo é relacionar-se e apreender percepções sensoriais que se desdobram e se tornam conteúdo criacional. A harmonia eurítmica une o perceptível do mundo e o que vive profundamente em nosso corpo físico. Assim dá-se lugar para pensarmos a organização coreográfica da Euritmia no palco, considerando a percepção como norte da realização de uma obra artística; nossos movimentos relacionam-se com o movimento que vislumbramos fora de nós e conceitualizamos através de nosso corpo. Dançamos o vento com o fonema “V”, podemos demonstrá-lo tanto calmo, como furioso, por meio dos braços e passos no espaço. Há um ser que vive em cada fonema e, quando nos apresentamos, apropriamo-nos deste ser de instante a instante. Criar é, basicamente, formar. É poder dar uma forma a algo novo. Em qualquer que seja o campo de atividade, trata-se, nesse 'novo', de novas coerências que se estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar. O recital torna-se som, ritmo, organismo, alimenta-se, adormece e desperta. Vagamos flutuantes através das palavras e do que surgem por meio delas. A contemplação de uma obra defronta-nos com a mera experiência pura e procuramos, dentro dela própria, o elemento que derrama luz sobre si e sobre a restante realidade (GOETHE, 2016).
References
GOETHE, 2016.