Cristologia e filosofia de Steiner

relações entre a ação moral e o Cristo

Resumo

O presente trabalho pretende apresentar um ensaio sobre a articulação entre o amor e a liberdade na ação moral a partir da cristologia de Steiner. Rudolf Steiner (1861/1925) apresentou sua perspectiva sobre a ciência ampliando o conhecimento empírico, desenvolvida em sua Filosofia da Liberdade. No entanto, seu percurso epistemológico, ao estar avançado para sua época, enfrentou obstáculos que só foram acolhidos na Sociedade Teosófica, de maneira que nela foi propício para desenvolver sua cosmovisão espiritual, dando início a inúmeros desdobramentos nas artes, medicina, agricultura, pedagogia, cristologia etc. Neste ensaio, contudo, fazemos uma articulação entre o conceito de liberdade na ação moral, desenvolvida em sua obra A filosofia da Liberdade, e a figura do Cristo, de modo a nos perguntarmos: qual a relação entre a ação moral livre e o Cristo? Steiner nos fala sobre isso em todas as suas obras, revestido por linguagens e ângulos distintos. Em sua Cristologia, aborda o desenvolvimento da humanidade e sua relação com o Cosmo de maneira a nomear e relacionar seres espirituais com o desenvolvimento humano. Nas obras Teosofia e A crônica do Akasha, por exemplo, dá-nos uma definição precisa do ser humano e seu desenvolvimento a partir de sua Ciência Espiritual. Destarte, o autor oferece um aparato para compreendermos o desenvolvimento da ação moral livre baseada no amor e apresenta a figura do Cristo como sendo uma importante personalidade em que, ao se fazer presente na Terra, impulsionou o desenvolvimento do Eu humano, único membro capaz de desenvolver o pensamento intuitivo, permitindo o agir baseado no amor, ou seja, livre. Nossos resultados, ainda que parciais, demonstram uma relação entre o agir ético e livre e a figura do Cristo, pois sua presença representa um novo impulso ético, permitindo o desenvolvimento do conhecimento intuitivo e amor enquanto motivos do agir.